Filosofia de Friedrich Nietzsche

A capa da primeira parte da primeira edição de Assim falou Zaratustra.

Friedrich Nietzsche desenvolveu sua filosofia, por vezes referida como nietzscheanismo, ou ainda, nitianismo, durante o final do século XIX. Ele deveu o despertar de seu interesse filosófico à leitura de Die Welt als Wille und Vorstellung de Arthur Schopenhauer (O mundo como vontade e representação, 1819, revisado em 1844) e disse que Schopenhauer foi um dos poucos pensadores que ele respeitou, dedicando-se a ele seu ensaio Schopenhauer als Erzieher (Schopenhauer como Educador), publicado em 1874 como uma de suas Meditações Intempestivas.

Desde o início do século XX, a filosofia de Nietzsche teve grande influência intelectual e política em todo o mundo. Nietzsche aplicou-se a tópicos como moralidade, religião, epistemologia, psicologia, ontologia e crítica social. Por causa do estilo evocativo de Nietzsche e de suas alegações frequentemente ultrajantes, sua filosofia gera reações apaixonadas que vão do amor ao desgosto. Nietzsche observou em seu Ecce Homo autobiográfico que sua filosofia se desenvolveu e evoluiu ao longo do tempo, então os intérpretes acharam difícil relacionar os conceitos centrais de uma obra aos centrais de outra, por exemplo, o pensamento da recorrência eterna aparece fortemente em Also sprach Zarathustra (Assim falou Zaratustra), mas está quase totalmente ausente de seu próximo livro, Além do Bem e do Mal. Soma-se a esse desafio o fato de Nietzsche não parecer preocupado em desenvolver seu pensamento em um sistema, chegando mesmo a desacreditar a tentativa de Além do Bem e do Mal.

Temas comuns em seu pensamento podem, no entanto, ser identificados e discutidos. Seus primeiros trabalhos enfatizaram a oposição dos impulsos apolíneos e dionisíacos na arte, e a figura de Dioniso continuou a desempenhar um papel em seu pensamento subsequente. Outras correntes importantes incluem a vontade de poder, a afirmação de que Deus está morto, a distinção entre moralidades senhor e escravo e perspectivismo radical. Outros conceitos aparecem raramente, ou estão confinados a uma ou duas obras principais, mas são considerados peças centrais da filosofia nietzschiana, como o Übermensch e o pensamento da recorrência eterna. Seus trabalhos posteriores envolveram um ataque contínuo ao Cristianismo e à moralidade cristã, e ele parecia estar trabalhando em direção ao que chamou de transvaloração dos valores (Umwertung aller Werte). Enquanto Nietzsche é frequentemente associado na mente do público com fatalismo e niilismo, o próprio Nietzsche viu seu projeto como uma tentativa de superar o pessimismo de Arthur Schopenhauer.


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